quinta-feira, 29 de julho de 2010

Design Sustentável

por Luiz Fernando do Valle

Vivemos em um mundo onde a forma tem um papel importante como construtora de imagem e como percepção de modernidade e qualidade. Bonito, prático, funcional, moderno, durável e útil são algumas características inerentes à nossa aceitação ou não de determinados produtos.

O termo design sustentável surgiu recentemente com o propósito de trazer um novo conceito que incluísse os significados das duas palavras. O termodesign significa o ato de projetar, desenvolver ou criar, buscando sempre a evolução do que já existe. Já a palavra sustentável, no novo conceito aplicado a ela, é fazer algo considerando os seus três aspectos:economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto - O Triângulo da Sustentabilidade.

Produtos concebidos dentro da visão do design sustentável devem respeitar a preocupação com o meio ambiente, diminuindo, assim, os problemas da extração da matéria-prima e da energia necessária para sua fabricação. Esses produtos também devem ser acessíveis economicamente ao maior número de pessoas possível. Tratar os aspectos sociais de forma mais ampla. Por último, têm também que cumprir uma função fundamental e básica: trazer o bem-estar e a satisfação a quem os utiliza.

O conceito dos 3R(erres) (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) deve estar presente nos produtos desenvolvidos dentro da visão do design sustentável. Esses produtos, quando na sua fase de concepção, devem ser elaborados já para possíveis reutilizações para sua função principal. Com uma maior durabilidade que evite baixa utilização e uso de materiais que permitam a reciclagem.

O design sustentável projeta no presente com olhos no futuro. Essa afirmação procura colocar os dois tempos, presente e futuro, existindo simultaneamente, pois as necessidades que geraram a sua fabricação devem considerar todos os aspectos envolvidos e seus impactos no agora e no depois.

As fases do ciclo de vida de um produto são a extração das matérias-primas, a produção com seu consumo de energia, a distribuição até o consumidor final, a sua utilização e, por fim, o seu destino final. O principal objetivo do design sustentável é reduzir ao máximo o impacto ambiental desse produto em todas as suas fases.

Li recentemente em um site um provérbio dos índios americanos Lakota Sioux que dizia: “Não herdamos a terra dos nossos pais, pedimo-la emprestada aos nossos filhos”. Acredito que essa frase traduza, de uma forma muito adequada, a nossa responsabilidade com as gerações futuras, e como devemos estar atentos ao definir nossas necessidades presentes.

Um bom exemplo da aplicação do design sustentável em um produto muito importante em nossas vidas são as residências, que tanto na sua fase de construção como depois, na sua utilização, causam grandes impactos aomeio ambiente.

Se houver em ambas as fases o uso desse conceito, podemos produzir essas residências com baixo impacto ambiental, os empreendimentos sustentáveis, e permitir que os seus futuros moradores se beneficiem da vantagem do baixo consumo de recursos naturais com a sua respectiva redução de custo para mantê-las.

O design sustentável preocupa-se com os materiais e a energia usados, assim como com a sua funcionalidade e destino final, mas é o desenho final da forma que melhor traduz como as pessoas perceberão e aceitarão esse produto.

Na construção civil temos um grupo de profissionais que se preocupam com a relação do desenho e a funcionalidade com a percepção de quem irá usar o imóvel. Isso é chamado de Arquitetura da Felicidade.

Esses profissionais, geralmente arquitetos, procuram projetar as construções de residências e escritórios buscando uma nova perspectiva das necessidades de quem lá irá morar ou trabalhar. A felicidade é algo que pode ser facilitado através do desenho do projeto proposto. Cuidados com o conforto ambiental e a estética ajudam, e muito, a criar esses ambientes saudáveis.

Portanto, projetar um produto é mais do que só resolver suas características e desenho final, é poder avaliar o seu impacto no meio ambiente e na felicidade dos seus usuários.

Dejetos de Suínos




A demanda por carne suína e seus derivados estimulou a expansão da criação de suínos, resultando na intensificação dos criatórios em confinamento, especialmente no Oeste de Santa Catarina. Isso trouxe em conseqüência, um grande aumento da quantidade de dejetos produzidos, os quais inadequadamente tratados e reaproveitados, passaram a causar poluição ambiental.

A nova realidade dos mercados consumidores, exigindo produtos de qualidade, preços competitivos e oriundos de sistemas não-poluidores do ambiente, passou a exercer crescente pressão para a reciclagem desses resíduos, dentro de padrões aceitáveis sob o ponto de vista sanitário, econômico e ambiental.

Embora já se conheçam diversas alternativas para a reciclagem dos dejetos, a sua utilização como fertilizante do solo é a mais adotada, por ser a de mais fácil operacionalização nas propriedades rurais.

Deve ser destacado, no entanto, que a operacionalidade não é um critério suficiente, porém, para que se possa considerar o uso como fertilizante, como a solução definitiva para o problema dos dejetos de suínos, pois também este tipo de reciclagem pode ocasionar danos ambientais, conforme é abordado neste artigo.

A adubação com dejetos de suínos e a qualidade ambiental


Os dejetos de suínos têm sido utilizados como fertilizante do solo, porque possuem elementos químicos que podem se constituir em nutrientes para o desenvolvimento das plantas, da mesma forma como aqueles empregados nos fertilizantes químicos.


Mas ao contrário dos fertilizantes químicos, os dejetos de suínos possuem composição química muito variável, em função principalmente da alimentação e manejo da água empregados nos criatórios. Enquanto os fertilizantes químicos podem ser formulados para cada tipo de solo e cultura, os dejetos de suínos apresentam, simultaneamente, vários nutrientes que se encontram em quantidades desproporcionais em relação àquelas necessárias para as plantas. Com isso, as adubações contínuas com dejetos poderão ocasionar desequilíbrios químicos, físicos e biológicos no solo, cuja gravidade dependerá da composição desses resíduos, da quantidade aplicada, da capacidade de extração das plantas, do tipo de solo e do tempo de utilização dos dejetos.

Para que qualquer sistema agrícola adubado com dejetos se constitua num sistema auto-sustentável é necessário que, por um lado, as quantidades retiradas pelas plantas sejam repostas, através de adubações orgânicas ou químicas e, por outro, que as quantidades de nutrientes adicionadas não sejam maiores do que aquelas requeridas pelas plantas.

Se as quantidades adicionadas forem menores, haverá diminuição da produtividade e, por conseqüência, da lucratividade, o que inviabiliza o sistema do ponto de vista econômico. Se as quantidades adicionadas forem maiores, no entanto, haverá acúmulo de nutrientes no solo, resultando, a médio e longo prazo, na deterioração da qualidade do solo e das suas águas.

A situação em outros países


Em outros países onde os dejetos vêm sendo utilizados como fertilizante do solo por longos períodos, como na Alemanha e Holanda, a poluição ambiental exigiu a implantação de medidas restritivas muito rígidas quanto à sua aplicação, na tentativa de preservação e recuperação do solo e das águas de superfície e de subsuperfície.

Na Bélgica, a região de Flandres está em situação crítica. É importantíssimo destacar que naquela região, reconhecidamente de alta densidade suinícola, o total dos dejetos produzidos por todas as espécies de animais criados em confinamento é de 50 ton./ha/ano, uma quantidade inferior àquela verificada em algumas micro-regiões de SC, considerando-se apenas os suínos.

Nesses países, alguns dos principais problemas hoje existentes, como o acúmulo de nutrientes no solo e o excesso de nitratos nas águas, são de difícil solução, pois advêm, em grande parte, do efeito retardado da aplicação de grandes quantidades de dejetos por longos períodos. Nessas circunstâncias, a despoluição das águas e a remoção do excesso de nutrientes do solo, de maneira a se retornar aos teores originalmente existentes, é praticamente inatingível. Prejuízos causados pela aplicação de excessivas quantidades de dejetos ao solo.


A aplicação de grandes quantidades de dejetos ao solo, freqüentemente considerada uma maneira "prática e econômica" de se retirar tais resíduos das instalações, pode provocar o acúmulo de nutrientes, que por sua vez, poderão resultar em prejuízos econômicos diretos aos agricultores, podendo-se destacar:

1. Menos opções para a diversificação das atividades agropecuárias, pela redução do número de espécies possíveis de serem cultivadas, em função da diferente suscetibilidade de cada espécie aos desequilíbrios químicos provocados no solo;

2. Queda na produtividade de cereais, especialmente devido ao excesso de nitrogênio;

3. Intoxicação de animais, ocasionada pelo acúmulo excessivo de determinados nutrientes na forragem, como, por exemplo, o cobre, prejudicial a ovelhas;

4. Menor preço de venda de produtos, como as hortaliças, depreciadas pela diminuição na sua qualidade, devido ao acúmulo de metais pesados, ou pela desproporção entre partes vegetativas e reprodutivas ou de reservas, provocada pelo excesso de nitrogênio no solo.


Causas da demora na percepção dos efeitos negativos da adubação com dejetos de animais


Como causas da demora na percepção da dimensão dos efeitos adversos da utilização de dejetos animais como fertilizante, pode-se destacar as seguintes:

1. As criações em larga escala, resultando em grandes acúmulos de dejetos, são relativamente recentes;

2. O impacto ambiental negativo foi aumentando paulatinamente, de maneira que só lhe foi dada real importância, no momento em que se perceberam conseqüências negativas à saúde pública e à economia;

3. Os dejetos de suínos não são matéria orgânica irrestritamente benéfica ao solo. As adubações orgânicas reconhecidas como benéficas ao solo no passado, eram efetuadas com resíduos de vegetais e de dejetos de animais alimentados fundamentalmente com pastagens ou silagens. Os alimentos atualmente fornececidos aos suínos são, entretanto, altamente concentrados em nutrientes, que não são aproveitados integralmente, motivando a excreção de dejetos mais concentrados em nutrientes e, portanto, muito diferentes daqueles resíduos vegetais e animais classificados como matéria orgânica benéfica ao solo;

4. Foi somente no início da década de 60 que surgiram alguns equipamentos laboratoriais mais exatos e precisos para a determinação de metais pesados, os quais, em pequenas quantidades já são suficientes para causar contaminação ambiental;

5. Os fertilizantes químicos são um insumo escasso e, por isso, as quantidades aplicadas ao solo são as menores possíveis. Os dejetos de suínos, ao contrário, são um resíduo ou "insumo abundante", e, por isso, são aplicados em freqüências e quantidades excessivas em relação à capacidade de absorção das plantas.


Para ilustrar esta situação, pode-se fazer algumas projeções baseadas nas seguintes informações do Oeste de Santa Catarina: rebanho de 3.431.932 cabeças, 20.000 suinocultores empresariais, área apta para agricultura de 791.000 ha e excreção de 32,7 g diárias de Nitrogênio por animal. Nestas condições, cada propriedade suinícola teria uma disponibilidade anual de 2048 kg de nitrogênio proveniente dos dejetos e, para reciclá-los, necessitaria de uma área mínima de terras aptas de 15 ha.


Com isso, mesmo desconsiderando-se o excesso de micronutrientes, a área total mínima por propriedade suinícola não poderia ser menor do que 47 ha, pois apenas a terça parte do total das terras da região são classificadas como aptas para agricultura. Entretanto, 94 % das propriedades rurais do Oeste de Santa Catarina possuem área total menor do que 50 ha e 70 % delas possuem menos do que 20 ha.


Qual é o limite, quanto se pode aplicar de dejetos de suínos em cada solo?


Os dejetos de suínos contêm elementos químicos que, se por um lado podem promover o desenvolvimento das plantas, também podem causar danos ambientais.


A pergunta que se faz é qual a quantidade de dejetos que se pode adicionar ao solo, e por quanto tempo, sem que hajam conseqüências negativas por desequilíbrio iônico, fitotoxicidade às plantas, poluição da atmosfera por volatilização e contaminação das águas de superfície e de subsuperfície por lixiviação, de maneira que os sistemas adubados com esses resíduos sejam auto-sustentáveis?


Independentemente do tipo de solo e região, o ponto de partida para tornar auto-sustentáveis os sistemas agrícolas adubados com dejetos de suínos, é a diminuição da sua carga poluente, destacando-se a quantidade de matéria orgânica e de nutrientes. Várias são as alternativas para atingir tal objetivo, especialmente a utilização de dietas mais bem balanceadas, manejo do rebanho mais adequado, medidas gerais de higiene e linhagens de suínos com aproveitamento superior dos nutrientes fornecidos. Ainda assim, no entanto, persistirá o desbalanço entre a quantidade de nutrientes adicionados e a capacidade de extração das plantas.


A única forma de evitar o desequilíbrio químico do sol, e os danos ambientais advindos do excesso de nutrientes provenientes dos dejetos, é limitar a aplicação da quantidade de dejetos à quantidade de nutrientes extraídas pelas plantas. Os nutrientes não supridos integralmente via dejetos seriam complementados por meio de fertilizantes químicos isentos ou com mínima quantidade de outros elementos químicos contidos nos adubos na condição de impurezas. Isto é especialmente válido para os metais pesados como o cádmio, cromo, arsênio, níquel e chumbo.


Ante a exigência dos consumidores quanto a qualidade dos produtos e a necessidade de preservação da capacidade produtiva do solo e da qualidade da água para as futuras gerações, alguns países europeus têm buscado atingir a meta definida como "resíduo zero", ou seja, somente adicionar ao solo, as quantidades necessárias para se repor o que é extraído pelas plantas, descontando-se as quantidades que ingressam no sistema, qualquer seja a fonte.


Enquanto as pesquisas para o estabelecimento de limites mais condizentes com as plantas, clima e solos brasileiros encontram-se ainda em andamento, alguns critérios podem ser seguidos para disciplinar o uso de dejetos como fertilizante do solo:


1. Fornecimento de dietas mais bem balanceadas para os suínos, evitando-se os excedentes, principalmente de N, P, Cu e Zn.

2. Proceder a análise química dos dejetos, para que as quantidades a serem aplicadas sejam calculadas com base na sua composição de nutrientes, e a demanda de cada cultura em cada solo.

3. Proceder, periodicamente, a análise química do solo, para se conhecer e registrar a evolução do seu balanço de nutrientes.

4. Analisar periodicamente as águas de subsuperfície dos solos onde se aplica dejetos, pois a qualidade da água do solo é o principal indicativo das perdas através do perfil, como de nutrientes, nitratos e organismos patogênicos.

5. Acompanhamento do comportamento das plantas a campo, tendo em vista a detecção de eventuais distúrbios ou sintomas de deficiência ou fitotoxicidade de nutrientes ocasionados pelos dejetos.

FONTE:
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves
Ministério da Agricultura e do Abastecimento
Caixa Postal 21 - CEP 89700-000 - Concórdia-SC
Tel: (49) 442-8555 Fax: 442-8559
E-mail: sac@cnpsa.embrapa.br



Cientistas criticam Código Florestal na revista Science

Notícia do dia 23/07/2010
Cientistas criticam Código Florestal na revista Science

A discussão sobre o novo Código Florestal ultrapassou fronteiras e foi parar nas páginas da revista Science, uma das mais prestigiadas publicações científicas do mundo. A última edição da revista, que circula nesta semana, contém uma carta de cientistas brasileiros com fortes críticas as propostas de reformulação da legislação que está em análise no Congresso Nacional.

Os autores dizem na carta que a revisão da legislação preocupa a comunidade cientifica brasileira, "a qual foi solenemente ignorada na formulação da proposta". Eles alertam a comunidade científica internacional, público alvo da revista, que as novas leis "irão beneficiar setores que dependem da expansão da fronteira agrícola por meio da conversão de áreas de florestas e cerrados, e reduzirão das exigências para recomposição da vegetação nativa ilegalmente suprimida desde 1965".

O texto é assinado pelos cientistas Jean Paul Metzger, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP); Thomas Lewinsohn, do Departamento de Biologia Animal da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Luciano Verdade e Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP; Ricardo Ribeiro Rodrigues, do Departamento de Ciências Biológicas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP; e Carlos Alfredo Joly, do Instituto de Biologia da Unicamp.

Na carta, os cientistas avisam que se a nova lei for aprovada as emissões de CO2 crescerão substancialmente, invertendo a tendência de redução apontada recentemente em Copenhagen. Eles preveem também o risco de extinção de mais de 100 mil espécies, "uma perda massiva que compromete compromissos e metas de conservação da biodiversidade". Segundo os cientistas, os defensores da nova legislação "são, sabidamente, associados a grupos específicos do setor do agronegócio, que reclamam da redução de terras disponíveis para a expansão da agricultura e consideram a legislação vigente de proteção ambiental excessiva e exagerada, por atender aos interesses internacionais capitaneados por organizações não-governamentais ambientalistas".

Os cientistas lembram no comunicado que estudos recentes mostram que mesmo sem a derrubada de novas áreas de vegetação nativa, a produção de grãos pode ser ampliada, convertendo-se pastagens disponíveis para agricultura e intensificando a produção pecuária nas pastagens restantes. "O Brasil apresenta um grande potencial para atingir um desenvolvimento sustentável conservando seu patrimônio biológico único."

Eles relatam que apesar da contestação do Ministério do Meio Ambiente e da maioria dos cientistas, "a articulação de políticos tradicionais com grupos econômicos oportunistas e poderosos fazendeiros poderá criar uma condição de difícil resistência". Eles alertam que a situação é delicada e séria, pois o Brasil corre o risco de sofrer um retrocesso de meio século, com consequências criticas e irreversíveis além dos seus limites.

O assunto será um dos destaques da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência que começa no próximo domingo (25) em Natal (RN). Para a quinta-feira (29) está programada a mesa-redonda "O Código Florestal Brasileiro: mudar ou não mudar?".

Participarão dos debates o ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, o diretor de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João de Deus Medeiros, o pesquisador do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da USP, Jean Paul Metzger, e o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag), Alberto Broch. A coordenação estará a cargo do diretor do Departamento de Ciência Florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco, José Antonio Aleixo da Silva.

O assunto volta à discussão no dia 3 de agosto, quando os coordenadores do Programa Biota-Fapesp, uma articulação da comunidade científica paulista, promove um evento técnico-científico sobre "Impactos potenciais das alterações do Código Florestal Brasileiro na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos".

Após a derrota dos ambientalistas nas votações na comissão especial do Código Florestal no Congresso Nacional, a comunidade científica surge como peça de resistência às propostas do relator Aldo Rebelo (PCdoB/SP).

A matéria é de Venilson Ferreira, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeeFPoint.

Sacolas Plásticas

As sacolas plásticas, aquelas famosas sacolinhas de supermercado, que você encontra aonde for, elas poluem e muito o meio ambiente e demoram pelo menos 300 anos para se decompor no meio ambiente. Isso acontece pois a matéria prima desses sacos é um derivado do petróleo, uma resina chamada polietileno de baixa densidade.

Em todo o mundo são produzidos 500 bilhões de unidades a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 milhão por minuto. No Brasil, 1 bilhão de sacolas são distribuídas nos supermercados mensalmente - o que dá 66 sacolas por brasileiro ao mês. Por fim, são 210 mil toneladas de plástico filme, a matéria-prima das sacolas, ou 10% de todo o detrito do país. Não há dúvida: é muito lixo.



Sem contar que a produção do plástico é ambientalmente nociva. Para produzir uma tonelada de plástico são necessários 1.140 kw/hora (esta energia daria para manter aproximadamente 7600 residências iluminadas com lâmpadas econômicas por 1 hora), sem contar a água utilizada no processo e os dejetos resultantes.

Muitas dessas sacolas, assim como outros lixos produzidos pelo homem acabam indo parar no mar e são confundidos por peixes, golfinhos, pássaros e principalmente, pelas tartarugas marinhas como águas vivas, um de seus alimentos. Ao ingerir o saquinhos esses animais morrem por obstrução do aparelho digestivo. Muitos deles agonizam e sofrem por muito tempo antes de morrer.


Eles também são uma das causas do entupimento da passagem de água em bueiros e córregos, contribuindo para as inundações e retenção de mais lixo. Quando incinerado libera toxinas perigosas para a saúde.

Abolir o uso dessas sacolinhas parece evidente, mas não é tão simples. Existem divergências ambientais, culturais e políticas sobre como eliminar esse problema.

Muitos estudos estão em andamento, sobre sacolas biodegradáveis, alguns já obtiveram resultados positivos como por exemplo na Universidade Estadual de Londrina, em que foram criadas sacolas com uma mistura que tem em sua composição polvilho doce, poliéster e glicerol, obtendo um plástico que se decompõe em menos tempo na natureza.

Por outro lado, temos as indústrias do plástico, pressionando os políticos a não aprovarem leis que restrinjam o uso das sacolas. Além disso temos uma questão cultural muito forte, muitas pessoas, que não tem consciência da gravidade do problema, ou simplesmente não desejam mudar seu modo de vida, não abrem mão do conforto e da praticidade do usá-las. Já são tantos plásticos e lixos que jogamos na natureza todos os dias, porque não fazer um esforço, mudar um pouco e tentar de alguma maneira abolir esses malditos saquinhos da nossa vida?

Muita coisa pode ser feita:

  • Leve uma sacola própria para fazer as compras, seja no supermercado, na venda, quitanda ou feira. Não importa que nela não caibam todas as suas compras, leve duas, três ou dez delas. Tenha uma no carro ou na bolsa para horas de emergência.
  • As famosas "sacolas de feira" são uma boa opção, seja ela de plástico resistente, que vai durar mais tempo, e claro a de pano, que seria a melhor opção;
  • Se a quantidade de compras for muito grande, que não caiba em várias sacolas, peça no supermercado caixas de papelão para transportar as compras. Algumas redes de supermercados já oferecem esta opção;
  • Caso seu supermercado utilize sacolas biodegradáveis, de preferência para estas; mas tome cuidado com as sacolas oxibiodegradáveis. Apesar delas se "desfazerem" no ambiente, diferentemente de uma sacola biodegradável, que é consumida por microorganismos, a sacolas oxidegradáveis se utilizam de componentes químicos nocivos para decompô-la, continuando a poluir o ambiente, apenas não serão visíveis aos nossos olhos;
  • Dê preferência pelos sacos de papel, se não tiver essa opção e puder carregar suas compras sem sacolas recuse-as;
  • Repense suas compras. Será que tudo que você está comprando será utilizado ou boa parte irá estragar e ir para o lixo? Você precisa mesmo do que está comprando ou foi a propaganda que lhe disse para comprar? Quanto menos compras, menos saquinhos serão utilizados.

Aplicações simples e úteis de reciclagem

Na teoria, plásticos são materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares chamadas polímeros, que, por sua vez, são formadas por moléculas menores, chamadas monômeros. É um material largamente utilizado, devido a seu fácil manuseio, redução de peso do lixo, menor consumo de energia na sua produção e praticidade, dentre outros fatores.
A questão é que o lixo brasileiro contém de 5 a 10% de plásticos, e do total de plásticos produzidos no aqui, só reciclamos 15%. É um fato preocupante, principalmente se considerarmos que o tempo de decomposição do mesmo é superior a 100 anos.
Os plásticos recicláveis são: potes de todos os tipos, sacos de supermercados, embalagens para alimentos, vasilhas, recipientes e artigos domésticos, tubulações e garrafas PET ( que pode ser usada para a fabricação de cordas, fios de costura, cerdas de vasouras e escovas.)
Atualmente existem várias idéias e dicas de reciclagem de elementos plásticos. Profissionais das artes e donas de casa são os que mais expandem essa idéia mundo afora, contribuindo no reaproveitamento de elementos que, se despejados inadequadamente, causam efeitos negativos a longo prazo.
Pra deixar registrado aqui algumas idéias (que agradam principalmente ao gosto feminino), eis algumas imagens de produtos reciclados por donas de casa, retirados do blog que consta em cada foto (com os devidos créditos). Ora, não precisamos descartar todas as nossas garrafas, elas ainda podem ser usada por um longo tempo e assim poupar-nos de problemas maiores ainda no futuro.


O frasco de shampoo depois de usado ainda pode ter serventia!
Móbiles (PET)
Pulseirinhas (PET)
Marca-páginas
Cofrinho feito de garrafa PET


Um grande problema ambiental: pilhas e baterias


Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), constatou que aproximadamente 1 do lixo das cidades é constituído por resíduos sólidos que contém metais tóxicos, tais como Chumbo, Cádmio e Mercúrio e boa parte da fonte deste tipo de lixo são as pilhas e baterias descartadas erradamente juntas com o doméstico. Estes elementos podem contaminar os solos ou até mesmo lençóis freáticos e as pessoas que se contaminam por esses metais pesados podem sofrer de doenças tais como artrite crônica, danos ao sistema nervoso central e ao circulatório, aos rins, esterilidade e até mesmo óbito.
Segundo a legislação brasileira, cabe ao consumidor procurar a empresa de quem ele comprou aquele material e esta tem a obrigação de recolhê-las para que possa dar-lhes o devido tratamento. As pillhas e baterias que devem ser devolvidas são as de Níquel/Cádmio e que contenham os outros metais já citados. Certos tipos de pilhas podem ser descartadas com o restante do lixo, sendo elas:
- comuns e alcalinas usadas em brinquedos.
- de níquel-metal-hidreto (NiMH) usadas em celulares, telefones sem fio, computadores portáteis.
- de íons de Lítio usadas comumente em celulares, calculadoras, relógios, filmadoras, etc.
- de zinco usadas em aparelhos auditivos.
em miniatura usadas em relógios, agendas eletrônicas...

Uma maneira de reduzir o impacto ambiental do uso de pilhas e baterias é substituindo produtos antigos por novos que propiciem um maior tempo de uso, como o uso de pilhas alcalinas ou de baterias recarregáveis em lugar de pilhas comuns. Também pode-se eliminar ou diminuir a quantidade de metais pesados na constituição das pilhas e baterias.

Fique por dentro do assunto consultando o site Ambiente Brasil.

Fontes:ABINEE, Jorge Alberto Soares Tenório e Denise Crocce Romano Espinosa (www.cepis.ops-oms.org) Portal amigos da natureza (http://www.amigosdanatureza.net)

Ensino de Química


Resíduos e Rejeitos de Aulas Experimentais: O que fazer?

Quando há preocupação com temas relacionados ao meio ambiente, sempre nos lembramos dos resíduos que geramos. Ao mesmo tempo, nas escolas de ensino médio, há sempre a necessidade de aulas experimentais, a partir das quais os alunos poderão concretizar seu conhecimento. Desta forma, já que o tema deste blog é a própria educação ambiental, gostaríamos de dar destaque ao papel do professor na escolha de práticas experimentais que gerem menos danos ao ambiente.
Para diminuir a produção de resíduos químicos gerados, o professor deve tomar algumas medidas, entre as quais: reduzir a escala das experiências, diminuindo volumes e concentrações, utilizar reagentes com menor impacto ambiental, "reduzir, reusar, recuperar e reciclar" sempre que for possível, substituir reagentes químicos por similares não tóxicos, entre outras coisas.
Mesmo realizando estas medidas, serão gerados resíduos (que podem ser reaproveitados com ou sem tratamento) e rejeitos (que devem ser descartados após tratamento) que devem ter correta disposição final, respeitando incompatibilidades químicas. O importante, é ter consciência que ao despejar resíduos químicos na rede de esgoto, você não está empurrando o problema para outros e sim, gerando problemas para si próprio e para o lugar em que você vive.

Para saber mais sobre este assunto, consulte "MACHADO, P.F.L., MÓL, G.S. Resíduos e Rejeitos de Aulas Experimentais: O que Fazer?. QNEsc n° 29, agosto de 2008. pg 38-41."

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Seção do Lixo


O nosso modelo de sociedade moderna rompeu com o ciclo da natureza. Com a industrialização extraimos muito mais matéria prima do solo, consumimos cada vez mais e fazemos crescer a montanha de lixo!



Hoje o lixo é um problema porque não tratamos dele adequadamente! O lixo quando é depositado em locais inapropriados causa contaminação do solo, do ar e da água, proliferação de vetores transmissores de doenças, enchentes...


Um tratamento adequado do lixo envolve a dimiuição do consumo desenfreado, a reutilização dos materiais e a reciclagem. O lixo não deve ser visto como algo inútil! Ele muitas vezes pode ser transformado em uma nova matéria...


O lixo não é só um emaranhado de coisas, uma massa única... ele é composto por diversos materiais! Ele pode ser classificado de diversas formas... a mais simples de entender é a que os classifica como "seco" e "úmido".

Lixo Seco é aquele que pode ser reciclado (ex. papel, plástico, lata, vidro...)

Lixo Úmido é a parte orgânica dos resíduos e que podem ser usados como adubo (casca de frutas, restos de alimento, poda de plantas...).


Fique esperto com o que você está consumindo e jogando fora... vamos dar um fim melhor a está situação... Em breve postaremos dicas do que fazer com o lixo!

Projeto Colaborativo - Educação Ambiental


Como dito no perfil, somos alunas da Universidade de Brasília, de diversos cursos: Química, Farmácia, Pedagogia e Medicina Veterinária e nos unimos com o intuito de promover educação ambiental pela internet. Acreditamos que o mundo é passível de mudança, que ela depende de cada um de nós e que a educação é a melhor forma de construir este mundo.
Todas nós cursamos a disciplina Introdução à Microinformática e escolhemos este para ser o tema de nosso projeto colaborativo.
Este blog tem como objetivo dar idéias ecologicamente corretas, baseadas nos princípios do consumo sustentável e de preservação da natureza, construindo assim um ambiente virtual para promover a educação ambiental. Teremos aqui várias matérias já de início e ao longo do tempo novas matérias serão postadas, havendo, ainda uma abertura para que todas as pessoas que o visitem possam comentar e colaborar, fazendo desse espaço um lugar de diálogo com diversos segmentos da população e que trate de diversos pontos sobre essa temática.